A Terra, em todas suas formas, cores e texturas, elementos bióticos ou abióticos envolvidos em um grande sistema autônomo e natural, garante a existência da humanidade em seu contexto mais agradável. Porém, o ser humano se esquece de sua dependência dos recursos naturais, transferindo diversos riscos para si mesmo.
Entendendo melhor a relação do ser humano com a provisão desses recursos tão essenciais, em 1981 o casal Paul e Anne Ehrlich, da Universidade de Stanford, cunharam a expressão Serviços Ecossistêmicos (SE); serviços oferecidos pelo ecossistema a fim de garantir a sobrevivência e bem-estar do ser humano, tais como:
• serviços de provisão: comida, água e madeira;
• serviços de regulação e suporte: controle de doenças, atenuação de enchentes e tempestades, filtragem e estocagem de água, etc; e
• serviços culturais: desenvolvimento cognitivo, práticas esportivas, enriquecimento espiritual, recreação, etc. (MEA, 2003).
Para que esses serviços sejam oferecidos em sua plenitude é necessário que os processos ecossistêmicos ocorram, sendo essencial um sistema biodiverso, sobretudo quanto a biodiversidade funcional, que traz uma gama de características funcionais desempenhadas por espécies individuais ou em grupos, garantindo processos e funções do ecossistema (DIAZ et al., 2006). Estes processos estabelecem um capital natural, responsável por parte do valor econômico mundial (COSTANZA et al., 1997) (Figura 1).
Como já foi apresentado, componentes bióticos, abióticos e sua interrelação são responsáveis pela provisão de bens e serviços (SCHNEIDERS & MULLER, 2017). Nesse sentido as Áreas Úmidas (AUs) desempenham um papel importante na provisão de serviços ecossistêmicos.
Figura 1: Modelo Cascata, adaptado de Haynes-Young & Potschin (2018), usando o manguezal como exemplo para definir um serviço a partir dos processos, até os benefícios oferecidos a humanidade (TEIXEIRA, 2019)
conservação da biodiversidade